Ministros estão quebrando a tradição ao assistirem aos depoimentos relacionados ao suposto plano de golpe.
A audiência contou com a presença de quatro dos cinco membros da 1ª Turma, o que é uma situação pouco comum.
Na audiência em que foram ouvidas as primeiras testemunhas na ação penal relacionada ao suposto plano de golpe, quatro ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) acompanharam ao vivo os depoimentos.
Essa atitude foi considerada incomum para os padrões da Corte. Normalmente, nem mesmo o relator participa das oitivas, que geralmente ficam a cargo de um juiz auxiliar do seu gabinete.
Costuma-se que os depoimentos sejam colocados nos autos do processo para serem acessados pelos ministros em um momento posterior.
Porém, neste caso, houve uma espécie de quebra de protocolo. Diante da gravidade do processo, o ministro Moraes assumiu a condução da sessão, e quatro dos cinco integrantes da Turma assistiram aos depoimentos ao vivo.
Além de Moraes, que presidiu a sessão, estavam presentes os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux, este último participando por vídeo. O único membro do colegiado que não compareceu foi o ministro Flávio Dino.
Durante a sessão, Moraes fez várias advertências aos advogados dos réus. Além dele, Fux também dirigiu uma questão ao ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes.
Gomes foi uma das quatro testemunhas ouvidas, todas indicadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A ação penal trata do “núcleo 1” do suposto esquema golpista, que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidiu participar pessoalmente da sessão em vez de enviar um subprocurador-geral, como costuma acontecer nas sessões das Turmas.