Jardim Camburi e a Batalha pela Representatividade: a Política com P Maiúsculo de Pazolini
A recente eleição da Associação de Moradores de Jardim Camburi, o maior bairro de Vitória, ultrapassou em muito os limites de uma disputa comunitária. O que se viu foi um verdadeiro embate político, onde forças tradicionais e novos grupos disputaram o controle de um território estratégico, tanto pela sua densidade populacional quanto por sua força simbólica. E no meio desse cenário, um nome se destacou: o prefeito Lorenzo Pazolini.
Por que toda a oposição ao prefeito se uniu para tentar tomar a Associação de Moradores? A resposta está na geopolítica urbana e na importância crescente da participação comunitária como base de construção de poder. Jardim Camburi é um bairro que, sozinho, representa mais votos que muitos municípios capixabas. Quem domina sua narrativa, conquista um megafone natural para influenciar a opinião pública da capital.
A chamada “frente ampla” contra Pazolini — composta por adversários que normalmente não estariam do mesmo lado — viu na eleição da associação uma oportunidade de minar a influência do prefeito junto à base popular. O objetivo era claro: ocupar o espaço, conquistar a vitrine e preparar o terreno para as eleições de 2026. Não se tratava de um simples cargo associativo, mas de um embrião de projeto político.
Contudo, o tiro saiu pela culatra. A vitória da Chapa 2 sobre a Chapa 4 expôs não apenas a fragilidade dessa frente forjada às pressas, mas também a habilidade política de Pazolini em reconhecer o que é força real e o que é ficção eleitoral. E foi aqui que o prefeito demonstrou que sabe, sim, fazer política com “P” maiúsculo.
Ao apoiar — com sabedoria e discrição — a Chapa 2, composta por lideranças orgânicas do bairro como Tercelino, Presidente, filho do vereador Maurício Leite, que exerceu uma mentoria discreta e madura e Testinha, seu vice. Pazolini demonstrou visão e sintonia fina com o sentimento da comunidade. Ele não impôs nomes, tampouco instrumentalizou o processo. Pelo contrário: reconheceu que essa chapa representava uma nova força geracional, com raízes profundas e legítimas em Jardim Camburi. Isso fez toda a diferença.
Tercelino e Testinha não são invenções de marketing político. São vozes reais da comunidade, forjadas nas lutas cotidianas, conhecidas nas ruas, respeitadas nas esquinas. Representam um novo ciclo de lideranças que, embora jovens, carregam legitimidade e propósito. Ao identificá-los como os nomes certos no tempo certo, Pazolini mostra maturidade política e aposta no que realmente importa: conexão verdadeira com o povo.
Essa eleição é um aviso aos navegantes da política capixaba. Jardim Camburi não aceita tutelas nem jogadas de bastidor. A população está mais atenta, mais exigente, mais crítica. Quem quiser representá-la, precisa, antes, fazer parte dela. E essa é a lição que o prefeito de Vitória parece ter compreendido com maestria.
No fim, a vitória da Chapa 2 não foi apenas um resultado local. Foi a confirmação de que há uma nova geração política em curso — uma que emerge das bases, com autenticidade. E Pazolini, ao perceber isso antes dos adversários, garantiu mais do que um aliado em Jardim Camburi: garantiu o respeito de quem sabe fazer política olhando nos olhos do povo.